Serra da Canastra: território de chapadas, morros, cachoeiras e que abriga a nascente do mítico Rio São Francisco. Nesse paraíso, é produzido uma das joias da queijaria brasileira, o mundialmente famoso queijo da Canastra. Premiado diversas vezes no exterior, é um dos poucos produtos nacionais a receber um certificado de origem controlada, que vincula o queijo ao território onde ele é produzido.
E você sabe por que não encontramos esse queijo nas prateleiras do supermercado?
Desde 1950, vigora no Brasil uma legislação que exige um selo federal para a comercialização de produtos de origem animal. Na prática, essa lei beneficiou os queijos industrializados e jogou o queijo artesanal da Canastra em um longo período de clandestinidade.
A fabricação não era proibida, mas a comercialização foi duramente fiscalizada e reprimida e, ao longo dos anos, toneladas de queijo em bom estado de consumo foram descartados. Para participar de concursos internacionais, dos quais invariavelmente saíam premiados, produtores tinham que esconder o queijo na mala para passar pela alfândega.
Uma situação pra lá de absurda que começou a mudar em 2020 com a regulamentação do Selo Arte, que instituiu legislação específica para comercialização de produtos artesanais de origem animal.
Ainda é difícil encontrar o verdadeiro queijo da Canastra aqui no Rio, e olha que Minas é logo ali. Mas o Marchezinho em parceria com o mercadinho Dariquim garantem que você conheça um queijo que nos enche de orgulho.
Delicioso e carregado de história, o queijo da Canastra é ao mesmo tempo memória do passado e condição de sobrevivência econômica de mais de 800 famílias produtoras no presente.